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Dica de leitura: Síntese da Reunião do Conselho Regional Ampliado


Foto: Julia Saggioratto.

Ouvi falar de um fenômeno “natural” totalmente desconhecido, imprevisível e assustador que os antigos simplesmente chamavam de FUTURO.


As previsões dos tempos indicam grandes rebuliços, mudanças climáticas drásticas e repentinas capazes de arrancar velhas crenças e deixar outras totalmente vulneráveis, provocando medos, pânicos, insônia, depressão ou consequências piores.


Apenas para citar um exemplo, um desses tipos de terremotos é o que vem ocorrendo no mundo do trabalho e nas relações de produção, destruindo direitos históricos conquistados às duras penas, aprofundando assim a exploração da força de trabalho num descampado sem leis e sem proteção estatal. Disse-se que este terremoto começou há quase uma década provocado por conflitos entre imigrantes e nativos em algum lugar e se espalhou rapidamente pelos setores de serviços, especialmente o sistema financeirizado, que o adotou-o como método enquanto os neoliberais o refinaram para adequá-los ao serviço público.


No Brasil havia muita resistência à entrada desse furacão modelo, resistência essa provocada pela visão sindicalista dos seus governantes, mas nada que conseguisse resistir a um golpe bem articulado entre mídia, judiciário, setores empresarial e parlamento conservador. Com um caldo desses, até pessoas pacatas se confundem, vão pra rua e legitimam, pensando que se tratava de uma “bruma leve das paixões que vêm de dentro”.


Outro tipo de fenômeno são os tornados vindo dos ventos e das águas, do mundo líquido, que muda o tempo todo e rapidamente. Muda os valores, destrói aqueles velhos paradigmas de padronização dicotômica entre o certo ou errado, verdade ou mentira, sim ou não, branco ou preto, enfim, hoje se fala em “cinquenta tons de cinza”, mundo dinâmico, criativo e cheio de possibilidades. Um mundo cheio de encadeamentos, de relações de poder, enfim, o mundo parece uma cebola, cheio de camadas sobrepostas, não é mais linear e hierárquico. Mas, até que ponto isso é realidade, até que ponto essas transformações de fato estão ocorrendo ou ainda se trata de apenas de expressões de linguagem, de onde se originam as coisas?

É preciso estar atento para compreender, portanto, você está sendo chamado a liderar!!!

Liderar?


Sim, liderar diante desse futuro que emerge. Precisa redefinir quem liderar, para onde e como fazê-lo.

Se não tem nada definido então por que sou chamado?


Para ajudar a pensar e ajudar a definir, não espere nada pronto.


Mas espera um pouco, no passado não era assim. No meu tempo a gente era chamado a liderar a partir de um projeto social e uma visão de mundo. Para ser líder precisava de muita coragem, precisava ter empatia e uma boa oratória, além de estar sempre bem informado.


Pois é, isso não mudou. Para liderar hoje você precisa saber para onde vai, qual o projeto, ter empatia, saber se comunicar (além da oratória obviamente porque as formas de se comunicação evoluíram bastante), porém, estar informado agora é algo muito fluido, você pode escolher como se informar, a informação já não está sob controle de ninguém, nem é mais simplesmente um monólogo, você pode interagir, ainda que a maioria das pessoas ainda não sabem usá-la, apenas repete o que os velhos e poderosos controladores da comunicação de massa querem que elas repitam, mas tem opção, basta busca-la.


Então nada mudou?


Muitas coisas mudaram, vou citar alguns exemplos: no passado os líderes eram mais respeitados, as vezes até idolatrados e permaneciam no comando por muito tempo, sem muitos questionamentos. As pessoas que acreditavam num líder e seguiam-no também porque ele estava numa posição de distinção e controlava algumas informações que não estavam disponíveis para todos. O líder se fortalecia sempre que mostrava resultados.


Isso mudou bastante, atualmente os líderes competem muito entre si, quem é líder hoje pode deixar de ser rapidamente, cada momento surge algo novo e o tempo é muito efêmero. Os líderes são questionados e testados constantemente, bombardeados, inclusive por informações falsas e somente resistem se souberem dar exemplos. As pessoas acreditam mais nos exemplos do que nas palavras, seguem mais aqueles que sabem ouvir melhor do que aqueles que sabem falar bem, seguem aqueles que sabem perguntar, que sabem decifrar o que é prioridade sem desrespeitar a opinião de ninguém.


Contudo, atualmente há muitos pseudo líderes que mobilizam sem projeto, que lidam com os medos, ameaçando com penalização e judicialização ou pela distopia. Num clima de descrença os autoritários prometem a ordem e tratam com intolerância e fundamentalismo os diferentes, tudo pelo medo que têm de perder identidade.


Portanto, o principal desafio da liderança é resgatar a utopia, fazer as pessoas acreditar que a luta vale a pena e que todas as formas de luta contribuem para transformar esse mundo complexo chamado de futuro. Mas, para transformar o mundo complexo é preciso ir descobrindo formas de descomplica-lo, de facilitar a compreensão das coisas em meio a tanta informação. Fazer gestão das emoções é mais importante do que da razão, por isso, é muito importante manter tanto a paixão quanto a indignação. Tudo muda (no longo prazo), mesmo que pareça que nada muda (no curto prazo). Essa declaração é antiga, mas não é passado e até mesmo o seu inverso também possa fazer sentido, portanto, vista longa e passo curto.


Enfim, seis características que não podem faltar num líder do futuro: ter a mente e o coração abertos, elevar a equipe, inovar a obra, recrear o espírito, ser proativo e dar exemplo. Dar o exemplo não é a melhor forma de influenciar os outros, é a única (Albert Schweitzer).

 próximos EVENToS: 

 

31/10/23:  Exposição de Arte Escandinava

 

6/11/23:  Arte em Vídeo Pelo Mundo

 

29/11/23:  Palestra: História da Arte

 

1/12/23:  Festival de Cinema Indie 2023

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